Monstruoso Reflexo

O trágico sempre se fez presente.

Ao meu amor não exortava.

Negava-o de forma displicente,

Mesmo sabendo que me magoava.

Logo eu que tanto a ti me dediquei?

Movia por tu o mundo e o céu!

Que aos maus dizeres suportei,

E tu, me impuseste teu fel!

Não teve ao menos consideração.

Só soube agir com arrogância!

Massacraste meu coração,

Distribuindo em mim inconstância.

Eu, um tolo apaixonado,

Sem nada da vida saber.

Por meu sentimento fui aprisionado.

Parecia que no mundo só havia você.

Aproveitando da minha ingenuidade,

Levou-me aos confins do inferno!

Suplantou-me com tua maldade,

Me arremessando ao sofrer eterno!

Antes, eu jovem e afetuoso,

Transmutei em um ser amargo.

No espelho, sou monstruoso,

E que do amor, sofre embargo.

Meu coração está gelado

E duro feito uma rocha!

Ressequido por ser enganado,

Onde sentimento algum desabrocha.

Eu travo uma luta interna.

Faço de tudo pra mudar!

Minha alma se consterna,

Sem conseguir me restaurar.

Sou um ser dilacerado.

Não me rendo ao amor por ventura.

Sinto estar encarcerado,

Em minha eterna amargura.