Desde moça ela era assim:
desenhada de beleza,
adornada por olhos
cor de balé,
lábios esvoaçantes
como pássaros.
sempre feliz
igual a uma tarde
num parque
mágico.
E vivendo
sempre
de te quero
do meu querer.
O só em nós, só...
nos bastava.
A gente sabia que
deuses atentos nos
fizeram pra juntos ficar.
Mas um dia veio a vida,
eu virei desembaçador de
janelas,
e, ela, dona de casa e filhos,
ele um marido sem porto.
E nunca mais nos vimos.
E se alguém descobrir o que
é verdadeiro amor, digo lá que sei:
é viver dentro dela
criando maravilhas,
vivendo soberbos,
donos do sol e da lua,
é sentir o roçar da manhã.
é morrer sempre
e nunca morrer!