ENROSCADA NA LUA...

Sou tão forte nessa

fraqueza imprestável

que me lava o rosto,

que me devora a alma.

Sou tão menina,quando

quero ser mulher,e tão

mesquinha quando penso

ser, sozinha.

Sou tão leve como as

notas rudes que eu toquei.

Sou tão áspera nas palavras

que eu arranco desse

amontoado de sons que eu

grito.

Sou tão inocente quando

penso estar vivendo um

sonho... emprestado.

Tão covarde, quando me deito

no "amanhã" que me levanta,

do mesmo jeito.

Sou tão insuportavelmente

verdadeira, que engulo as

minhas mentiras fúteis,

nem sinto o gosto...

Sou apenas o propósito das

minhas curas doentias.

Das minhas poesias vazias,

tão cheias de mim.

Sou um verso no peito do

poeta ausente.

Um amor delinquente que

invade de razões o rio que

eu bebo, e me banho.

Talvez eu seja hoje, a

única emoção pendente

desse meu calendário

de fases...

Quem sabe eu me enrosque

em alguma lua, e possa

finalmente, renascer.

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 08/12/2007
Código do texto: T769838
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