ENROSCADA NA LUA...
Sou tão forte nessa
fraqueza imprestável
que me lava o rosto,
que me devora a alma.
Sou tão menina,quando
quero ser mulher,e tão
mesquinha quando penso
ser, sozinha.
Sou tão leve como as
notas rudes que eu toquei.
Sou tão áspera nas palavras
que eu arranco desse
amontoado de sons que eu
grito.
Sou tão inocente quando
penso estar vivendo um
sonho... emprestado.
Tão covarde, quando me deito
no "amanhã" que me levanta,
do mesmo jeito.
Sou tão insuportavelmente
verdadeira, que engulo as
minhas mentiras fúteis,
nem sinto o gosto...
Sou apenas o propósito das
minhas curas doentias.
Das minhas poesias vazias,
tão cheias de mim.
Sou um verso no peito do
poeta ausente.
Um amor delinquente que
invade de razões o rio que
eu bebo, e me banho.
Talvez eu seja hoje, a
única emoção pendente
desse meu calendário
de fases...
Quem sabe eu me enrosque
em alguma lua, e possa
finalmente, renascer.