A Porteira

Na porteira eu passava;

Ele vinha me receber!

O som do berrante;

A poeira a mexer!

Ao pegar a moeda,

Boa Viagem me desejava;

Assim como as Boas-Vindas;

Ao me ver quando chegava!

Mas um dia, estranhei;

Ele não estava ali.

Sua pobre mãe,

Chorando eu vi!

Quando perguntei;

O que acontecera;

Com lágrimas nos olhos;

Me falou dessa maneira:

"Boiadeiro, a cruz

erguida está!

No meio do estradão;

Para avisar;

Que um boi sem coração,

Tirou de mim a alegria,

A razão da minha vida,

A coisa mais querida!

Pisoteando cruelmente,

Esse chão enlameado;

Meu filho foi,

Covardemente pisoteado!"

A partir daquele dia,

Jurei a mim mesmo,

Algo que jamais esqueceria;

Naquele chão, o meu berrante,

nunca mais eu tocaria!

gordilho de betim
Enviado por gordilho de betim em 27/01/2023
Reeditado em 27/01/2023
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