A Porteira
Na porteira eu passava;
Ele vinha me receber!
O som do berrante;
A poeira a mexer!
Ao pegar a moeda,
Boa Viagem me desejava;
Assim como as Boas-Vindas;
Ao me ver quando chegava!
Mas um dia, estranhei;
Ele não estava ali.
Sua pobre mãe,
Chorando eu vi!
Quando perguntei;
O que acontecera;
Com lágrimas nos olhos;
Me falou dessa maneira:
"Boiadeiro, a cruz
erguida está!
No meio do estradão;
Para avisar;
Que um boi sem coração,
Tirou de mim a alegria,
A razão da minha vida,
A coisa mais querida!
Pisoteando cruelmente,
Esse chão enlameado;
Meu filho foi,
Covardemente pisoteado!"
A partir daquele dia,
Jurei a mim mesmo,
Algo que jamais esqueceria;
Naquele chão, o meu berrante,
nunca mais eu tocaria!