Escrevendo para respirar

A lembrança se reduz a pó

O sentimento de confusão é permanente

E não é fácil tentar fingir que estou sã

Tudo me abala.

A fragilidade me afaga a nuca

E me deixa de alma transparente aos olhos de quem quer me ver.

Sinto uma faca perfurar meu ser

E o sangue não é aparente,

Esta escondido nas lagrimas que posso chorar no banheiro.

Sinto a boca seca e a respiração ofegante

E nada mais é,

Do que os pensamentos vagando em minha mente,

Deixando claro que ainda se tornará mais difícil.

Fazendo meu ser viajar por um futuro

Que o presente me faz temer.

Deixo fluir nesse papel

A mesma proporção que agora deixo fluir pelo meu rosto

Uma forma menos dolorosa de expor a dor.

Porque não se encontra abrigo que console sem acusar,

Nem que ouça sem te apunhalar,

Nem que ajude sem cobrar.

E nessa resenha que se desenha todo dia

Me torno refém do tempo, das pessoas e do medo.

Sigo completamente entorpecida pelo automático,

E suplico força e calma para minha alma.

Porque talvez eu não consiga dá

O que não tenho a oferecer

E as obrigações dos laços parentais

Me obriguem a encontrar uma forma de dar.

Sinto-me um ser horrível

Por não conseguir ser paciente e centrada

Por sentir o fardo mais pesado do que possas realmente ser

E por esse motivo escrevo aqui o o que sinto

Sem pensar muito,

Para que eu mesma não manipule meus sentimentos

Para encaixarem no que esperam de mim.

***Eloisa Sartori***

07-03/2023