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As mãos que seguram as pedras
amassam e destroem as flores
Ao apertar as minhas mãos
Está pisoteando as borboletas
Enquanto acaricia a minha face
Prendes mil passarinhos na gaiola
De que é a voz que canta amorosamente?
Não será a mesma que amedronta-nos?
Como podes ser a alegria de desconhecidos
Quando deixaste-me com a senhora solidão?
Na segunda-feira a tua voz é suavidade
Mas amanhã, será a faca afiada
Rasgando e dilatando-me
Cortando em pequenos pedaços
Lentamente e friamente
Cada laço pendente do meu viver
Seus olhos foram brilhantes
E, agora estão cotidianamente nublados
Estagnado contemplando o obscuro
Analisando cada fragmento de ausência
Teu coração é um quebra cabeça
Que estou tentando montar
Mas cada peça é um bloco de gelo
E, ao segurá-los
Queimam-me as finas mãos
Um dia ficarás imóvel
Com a tua própria rigidez
Vais querer fugir
E não poderás.