Verme

 

Nessa carne fresca e sangrenta
Onde outrora existiu vida e movimento
Visita a fecunda terra.

 

Nessa carne sepultada 
Que segue ao lodo mortal.
Serve a memória de alento.
Serve ao outono o vento
Que carrega as folhas e sentimento.
A despencar do alto da serra
E, a mergulhar no abismo fatal

 

A solidão que perfuma os astros.
E, ao verme que nos aguarda no claustro.

 

Lágrimas cultivam em segredo.
O amor ou degredo.
Da partida definitiva.
Do fim sem medo.

 

A espera do verme certeiro
Capaz da morte extrair vida.
E, servir de exemplo poético
ao vespeiro.

Iluminando impunemente

o dia.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 09/04/2023
Código do texto: T7759883
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