A paz do sono eterno

Acorda, ó alma, para toda a dor e a paixão,

Pois a vida é um jogo de prazeres e sofrimentos,

E o meu coração anseia pelo fogo da emoção

E pela calma nirvânica da paz dos pensamentos.

Ó vida vil, onde a paz nunca encontra um leito,

Onde a beleza e a tristeza andam de mãos dadas,

E onde a paixão é um fogo que consome meu peito,

E o amor é um tormento que vem e nunca acaba.

Este mundo é um palco de dor e podridão,

Onde a alma se inunda e tanto se desespera!

E eu, um poeta incompreendido pela razão,

Desvendo as inverdades deste mundo de feras.

Sou como o vento que sopra sem cessar,

Um espírito livre em busca do infinito,

E na beleza do mundo a me embriagar,

Acho um torpor que me faz dormir e delirar.

Afinal, também sou um ser atormentado

Por amores perdidos e malditas desilusões,

E em minhas dores caminho desesperado,

Procurando respostas em minhas reflexões.

O coração em chamas, a alma em tormenta,

Assim sinto-me diante desta vida tão ingrata!

Cada dia estou mais perto da morte violenta,

Que em cada esquina espreita e me maltrata.

Ah, cruel destino, por que tanto me condenas

A este fardo pesado de dor, solidão e aflição?

Por que me fazes viver em meio a duras penas,

Sem ter consolo, alegria, amizades e redenção?

Em minhas veias corre o sangue ardente

De um coração que jamais encontrou paz;

E em meu peito bate um amor tão latente

Que só me traz angústia e nunca se satisfaz.

Oh, vida cruel, tão cheia de erros e enganos,

De paixões que se vão como as outonais estações!

Minha mente é um poço de insanos desenganos,

E minha alma é um barco naufragado de ilusões.

Todavia, quando a morte enfim vier me buscar,

Eu a receberei serenamente, com alegria e ardor.

Afinal, nada mais há neste mundo para se amar,

Senão a paz do sono eterno da sepultura em flor!

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 15/04/2023
Reeditado em 16/04/2023
Código do texto: T7764409
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