A mulher na névoa

Há um silencio no meu coração

Depois de anos gritando ao vento

Meu vestido negro sangrento

Eis meu peito rasgado e ensanguentado

Talvez uma hemorragia interna

Que me consome e me enterra

O corpo prestes a se abandonar

Eis meus joelhos furados de pedregulhos e cacos de vidro

Meus olhos paralisados

Meus labios mudos

A névoa que me abraça mas não diz nada

Antes eu corria e brigava

Agora cansada e esgotada

Dei o meu tudo e nao recebi nada

Vazio e palavra rasa

Estou fria, muda e paralisada

Não sei a sede e a fome

Só espero a morte chamar o meu nome

Luciana dos Anjos
Enviado por Luciana dos Anjos em 23/04/2023
Código do texto: T7771035
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