Estéril poeta
Na calçada suja
No claustro de ideias e sentimentos.
No silêncio de monastério

 

Estéril poeta
Beneditino escreve sem parar.
Lima, rima e sofre
a cada linha.

 

Estéril poeta.
No deserto dos homens
A pesar a areia de seus passos
No esforço de caminhar
Sem sair do mesmo lugar.

 

Morde com lábios o suplício
de existir, de escolher e
de encolher com a velhice


Estéril poeta.
Delicia-se com a arte pura.
O ofício que é artifício.

 

A simplicidade que mascara
o paradoxo e a complexidade.

Na teia complexa e contemporânea

Enreda-se sem abandonar
um coração pulsante,
uma cabeça sem verdades absolutas
e corpo perecível rente
a alma infinita e eterna.

E que enfrenta tantas lutas.

 

Estéril poeta.
Padece por poucas letras.
Padece por loucas tretas.
E, na confusão perde-se
no horizonte.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/05/2023
Código do texto: T7792704
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