Soneto do Aceno

Depois de tudo,

Só um canto mudo

Traz-me ao cantar

O coro do silêncio...

À quietude, assovio,

Um canto mudo, frio,

Que aquece, enternece,

Disfarça... e me abraça...

Hipocrisia, escarro, azia...

Aleivosia, a prece vazia

Que sustenta o sonho...

É me ver tolo e enfadonho

A sorrir para a Vida obscena

Que do túmulo me acena...