A escuridão da alma humana

Na vastidão soturna da escuridão,

Onde o mal encontra várias moradas,

Caminham os homens sem coração,

Pela vil estrada com a alma maculada.

Entre ruínas e cinzas a moral definha,

Ecoando lamentos da alma mesquinha.

Sem leis, sem redenção, o mal impera

Pelos desertos onde o ódio se esmera.

Pelos ermos pálidos e tão desolados,

Ecos de crueldade assombram o ar,

Onde seres perdidos e degenerados

Plantam assassinatos e caos sem cessar.

Tantos olhos vazios, almas corrompidas,

Pelos abismos da perversidade se guiam;

Sem redenção, sem trégua concedida,

Com uma fome pela maldade caminham.

O sangue inocente encharca o vasto solo infértil,

Como tinta negra num retrato de guerra e horror;

As mãos da Perversidade, de forma vil e hostil,

Tecem tragédias e túmulos, sem nenhum pudor.

Nas longínquas planícies áridas e sombrias,

O Mal cavalga pelos rios e vales com riso insano,

E nas frestas da alma espalham forcas e agonias,

Ecoando gemidos como o uivo profano de um piano.

O sopro da morte dentro de um suspiro sem dó,

E as folhas da vida fenecem e se esfarelam em pó.

Cada passo dado é um mergulho ao desconhecido,

Onde a Treva gera crimes e o espírito é pássaro ferido.

E os homens, feito demônios, sem freios ou temor,

Lançam, pelos campos, corpos mortos em desova;

E sem olhar para trás, sem piedade ou dor ou amor,

Seguem cegos de fé e sangue rumo à própria cova.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 30/07/2023
Reeditado em 30/07/2023
Código do texto: T7849755
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