Estou só.
Estou só, acompanhado
Da melancolia metálica
Certeza absoluta do cotidiano,
Da sala, do piso de madeira,
Do verniz descascado pelo sol.
E necessariamente solitário ser
Os grãos de poeira vagando
No facho de luz exótico projetado
Pela fresta da janela eterna.
A possibilidade do isolamento
Te fazendo escravo na panela
De pressão do tempo ,
Minhas noites são sempre mais frias
Do que às demais .
Preciso alongar a noite de sol
Arriscar tudo em meus objetivos,
visto que não haverá nada mais .