Morrendo...
Mais uma vez eu me pergunto se esse foi o nosso amor
Mais uma vez eu me pergunto se foi isso que sonhamos pra nós
Tenho certeza de que não
Desfaço-me em prantos de dor e sofrimento em meu dispensável lar, em minha dispensável vida
O que sobrou de mim, eu posso dizer com toda certeza, não sobrou nada
Ainda me pergunto como pode haver pessoas ruins nesse mundo
Ainda me pergunto se o sofrimento vai ter fim
Ainda lhe pergunto se voltará pra mim
Agora o meu quarto parece mais um rio, e minha cama uma balsa
Navegando para o abismo adiante vou seguindo destemido
Pois mais uma vez a vida me tira a felicidade, a minha razão de ser
Mais uma vez sou surpreendido pelo destino
E então, talvez por não ter coragem de fazer isso diretamente, vou me matando aos poucos com remédio roubados
Agora posso olhar no espelho, a minha barba crescendo, meu cabelo oleoso, minhas olheiras, minha derrota
Isso sim resta de mim, isso sim restará para mim, e isso é o que levarei comigo pro fim de tudo, se não puder voltar a ter seus beijos e o seu carinho como antes.
Porque cada dia como esse pesa mais dez anos em minhas costas, e logo não conseguirei mais sair desta cama, como um doente terminal.
Logo não terei mais forças para chorar, logo secarei, logo despedi miarei de ti para sempre.
25/12/2007