VIÚVA-NEGRA
 
Forrando a sua cama com cetins do Egito
E perfumando o corpo com essência francesa
Devora corações em sua sobremesa
E aprisiona almas com o olhar maldito...
 
Não ama nem a si própria, já que se atira
A todos os que a cercam e prometem amores
Sem saberem que estão à beira de amargores
E em breve sentirão o fel da sua ira.
 
No fundo é uma vítima, pobre coitada!
A sua vida é pálida, triste e enlutada,
Cercada de vazio, angústia e depressão...
 
E nunca há de encontrar seu lenitivo porto
Havendo de carpir o eterno desconforto
Nas gélidas muralhas do seu coração!