Tragédias do Nada

Tentei tanto ser que não fui

Tentei tanto dominar minha mente

Mas ela por fim me enganou

E me destruiu

Me entreguei a quem nunca amei e nunca me amará

Dei murro em ponta de faca

A tristeza me dominou

O vazio me fez apunhalar uma faca em meu peito

Não há vácuo no universo

Tudo se repete e se repetirá

Quando não há nada melhor para se colocar no lugar além da repetição do absurdo

A vida é sofrimento

E só nós resta amá-lo

Amar a dor

Amar a tragédia

Como quem assiste a um filme ou a uma peça

Beijá-la como se fosse a primeira vez

E de novo e de novo e de novo

até dissolver o pensamento

até que o gosto amargo de seus lábios de morte

se torne doce e suave esquecimento

Samuel Perim Sena
Enviado por Samuel Perim Sena em 09/01/2024
Reeditado em 09/01/2024
Código do texto: T7972344
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