O vale escuro

No vale escuro de uma saudade fria,

O coração, em prantos, se derrama.

A vida, artesã de caos e melancolia,

Inspira-me a versar, em triste trama.

Oh, vida breve, como és tão linda e fugidia,

Como o sol que cai e a noite que se eleva!

Com uma navalha, a alma se cortava e espargia

Versos e vida que serão copulados pela treva.

No peito, o eco de risos que se calaram,

De amores que, como pássaros, voaram;

De sonhos que, em silêncio, se enforcaram.

O amor é o náufrago de oásis, navios e eternidades,

E o Medo é o templo de rezas, lendas e carnalidades

No vale escuro que, vendo deus, viu o corpo da dor e mortalidade

[ E o cadáver divino sepultou os espelhos da fé, esperança e caridade.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 09/01/2024
Reeditado em 09/01/2024
Código do texto: T7972750
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