Uma lápide com meu nome
À minha frente há um túmulo com meu nome
Que não é meu por ser
Mas que carrega um fato com o qual,
Muitas vezes, não posso lidar:
Eu não sou eu,
Ou melhor dizendo, eu não deveria ser eu
Nunca fui verdadeiramente quem esperavam que eu fosse
A verdade é que eu carrego a herança
Do que era para ser, mas não foi
Que travou obstáculos entre o real e o irreal
E se desmantelou no nada
E, desde então, me vejo perseguido por fantasmas
Que são como vozes em minha cabeça
Sussurrando, suspirando, desejando?
Procuro, louco, desvairado
Por uma saída
Mas, penso que,
E se, no fim,
Essa for a única coisa que realmente me pertença?
—as vezes, a realidade pode fluir por dois caminhos distintos: ou ela é assustadoramente dolorosa, ou magnífica; no fim, as duas coisas sempre se encontram...
"Eu tenho a natureza, a arte e a poesia, e, se isso não for o suficiente, o que é?"—Vicent Van Gogh