NÃO HÁ TEMPO

Já não há tempo

Nunca houve, nunca o tivemos

Vivemos em regressão, regressiva e em desfecho

A porta quase fechada é essa tardia que finda

[ a vida

Não há tempo para nada que se eternize

O olhar que morre contigo

Que mata com a memória

A voz que o vento apaga

Que a madurez desfaz e falece

Não há tempo e eu tive em desperdício

Como quem se crê infinito

Não ensaiei para ti um adeus que é provável como para todos

O tempo que vivi não cultivei a possibilidade de ausência tua

O tempo que se esavai o vejo enfim partir

Partindo meu coração, apressando o passo do fim

Não, já não sei mais o que esperar deste tempo cruel

Que te tira de mim e eu tristemente acompanho

Essa marcha preferindo não te ver morrer

Morrendo antes mas sabendo que viverei mesmo assim

De algum jeito

E o tempo?

Tu não terás mas eu o terei de sombra para chorar

E lembrar-me de ti.

Maria Mariane
Enviado por Maria Mariane em 22/01/2024
Reeditado em 22/01/2024
Código do texto: T7981833
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