Motivação

Amo o amor, mas não desejo amar,

Me entrego num suspiro como lá,

Mas cá caio em seus braços,

E na repulsa de sonhar.

E que sonho belo me fez esta noite!

E que agonia sincera é meu amanhecer!

Corra depressa nesta terra que se vê,

Até que eu não te possa mais ver...

Meu orgulho é coisa fina,

Fina de frágil, turva, e discrimina,

Mantém seu preconceito,

Alimenta minha ferida.

Cansados desta história?

Eu também!

Maldita foi a hora do encontro dos tempos!

Do encontro de lamentos e da compreensão...

Da disputa do "eu quero", e do "agora não".

Me dissolva nesse presente,

Me deixe menos descrente,

Que o passado vem de antemão...

Como não sucumbir a esta desgraça?

Como abraçá-lo?

Como segurar estas mãos?

Me oriente num futuro,

Me bote num lugar seguro,

Enquanto assim digo "não".

Sinto pena, às vezes raiva,

Sinto a alegria de estar salva,

E a tristeza, novamente, da compreensão:

Somos nós os donos da terra,

Que pouco sabemos dela,

Mas vendemos motivação.

Carolina Maria Souza
Enviado por Carolina Maria Souza em 29/01/2024
Código do texto: T7987829
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