Esse poema é um erro
Ontem eu li algo sublime
Não lembro ao certo
Mas, sim, era algo sublime
Parei no tempo, li e reli de forma compulsiva
Fico tentando corrigir meus passos
Erro mais que acerto
Isso é certo
E é tão incerto acertar que me vejo errando de novo e de novo só para me provar que sou assim: um erro
Quando acerto eu sei
Não é muito
Não é pouco
É o suficiente para eu saber que não estou louco
Difícil aceitar o erro
Elogio de criança, sincero, me reduz a zero
Recomeço e me esmero, sincero, querendo acertar de novo
Mas é o erro que nasce, como a galinha põe o ovo
Um estorvo
A dor, quando me acerta, é como uma certeza incerta
Essa que me deixa de olhos molhados, dentes cerrados e o peito aperta
Queria parar naquele minuto de alegria, em que a vida se mistura à fantasia, e posso ser perfeito ao olhar de quem para sempre me amaria