Amarílis Japonesa
Uma gazeteira apática, sem remorso
Esta sou eu, desde os recônditos.
De pele tépida e olhos enegrecidos,
Eu tento contra minha vida mais uma vez.
Um atól, uma mariola violenta ー
Eis os desastres pungentes que desejo.
Mas o que me ocorre, ai de mim, é sempre
Os maus tratos que a vida me prega.
Eu, garota erbúnea e sonhadora.
Tenho apenas quinze anos.
E embora sois muitos caminhos,
Posso apenas tomar um deles.
A minha aparência, amarílis imaculada:
Me deflora e afugenta a alma.
Correr, correr para a orla do mar ー
E lá descalçar meus pézinhos delgados
para poder me afogar.
Se os peixes auricolores tentarem me salvar,
Gritarei: Não! Por favor, não!
Que deixem, pequenas criaturas,
O meu coração virar ostra quebradiça.
Que merda
Resmungo eu
De olhar trepidante para o meu defunto
Indeflorido, mas brilhoso.