Amarílis Japonesa

Uma gazeteira apática, sem remorso

Esta sou eu, desde os recônditos.

De pele tépida e olhos enegrecidos,

Eu tento contra minha vida mais uma vez.

Um atól, uma mariola violenta ー

Eis os desastres pungentes que desejo.

Mas o que me ocorre, ai de mim, é sempre

Os maus tratos que a vida me prega.

Eu, garota erbúnea e sonhadora.

Tenho apenas quinze anos.

E embora sois muitos caminhos,

Posso apenas tomar um deles.

A minha aparência, amarílis imaculada:

Me deflora e afugenta a alma.

Correr, correr para a orla do mar ー

E lá descalçar meus pézinhos delgados

para poder me afogar.

Se os peixes auricolores tentarem me salvar,

Gritarei: Não! Por favor, não!

Que deixem, pequenas criaturas,

O meu coração virar ostra quebradiça.

Que merda

Resmungo eu

De olhar trepidante para o meu defunto

Indeflorido, mas brilhoso.

yungatita
Enviado por yungatita em 11/04/2024
Código do texto: T8039752
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