Alma dorida

AH! alma triste a sangrar desmerecida;

dilacerada por um ímpeto de dor

que chora como o vento a despedida...

a queimar em fogo, os prantos do desamor.

Embarga no grito, no silêncio trancado

cada lágrima, cada mágoa em sí marcada

esvanece cada momento dentro de sí guardado...

Ahh! Alma repelida, alma...alma apunhalada.

Chora, chora esta dor guardada...chora

e lava, arranca, mata a maldita solidão

que noutros tempos foi vida...foi emoção

pura de risos...e que hoje jogas fora.

Aquieta-te na lembrança esquecida

do amor que um dia sentiu e viveu...

Nem retomes a esperança de vida

que como onda passou e agora morreu.

Vai alma, trancas a porta e adormeça

mataram-te os sonhos todos de amor...

Descansas em paz agora, não esmoreça...

Há-de chegar o momento de sentir-te amada,

e não mais gritar na voz embargada

momentos de amargura e dor.

Anna Müller
Enviado por Anna Müller em 03/12/2005
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