Espinhos

Silêncio!

Preciso pensar.

A cabeça não para,

O coração acelera,

Tá tudo rodando,

Estou me escorando,

Ando cheio de pressa.

A culpa invade,

E deixa sequelas,

Vou continuando,

Em meio ao pranto,

A saudade aperta.

Do tempo que era menino,

Moleque corria,

Em meio a vielas,

Sem ter compromisso com nada,

E felicidade,

Era arroz e feijão na panela.

Hoje me sinto tão fraco,

Não vejo saída,

Em meio a mazelas,

Portas foram trancadas,

Pior,

Não consigo,

Pular a janela.

Sinto-me um derrotado,

O sistema me fez,

Perder a biela.

Quero um colo,

Carinho,

Conforto de um ninho,

Para agir com cautela.

Choro no escuro,

Sozinho,

E da solidão,

Estou sob tutela.

Doem,

Sobre mim os espinhos,

Que mesmo cravei,

Diante de todos,

Buscando enxergar,

Todas as cores,

De uma aquarela.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 25/04/2024
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