O, QUE VAI E O, QUE FICA
O, QUE VAI E O, QUE FICA
A última pétala da rosa
cai finalmente
E o último ato se faz cena
As cortinas se fecham antes da hora
As lágrimas escorrem
As agitações destemperadas se acalmam
A carne está fria
Foi-se a última estrofe
Sem ar, o intérprete se cala
Os olhos escurecem
E os ouvidos só escutam o silêncio a badalar
Aos que ficam na platéia
Resta-lhes subir as escadas da saudade
mergulhadas em tristes lágrimas de vida finita
Estes são vítimas tanto quanto o intérprete
Agora sentados no desconfortável banco das lembranças permanentes
No morro, o dono da bala perdida
Não conhece o mal que fez, nem sabe que o fez
As portas do espetáculo se fecham
E ali jaz um filho, um pai
E ali,
Jaz.