Despeço-me, sem beijos, sem abraços...
Apenas dois dias, uma eternidade...
48 horas para uma falsa felicidade...
Falta pouco para me livrar da sua imagem
e dissipar um passado que não deixará nenhuma saudade.
Estranho...
Há tempos atrás contava os minutos para te ver
e ao seu lado o tempo maltratava, insistia em correr,
mas hoje não toleras minha presença
e não sabes o quanto me alivia sua ausência,
se antes éramos espíritos alegres,
agora somos apenas almas sem essência.
Nossos olhares não se buscam,
nossos caminhos não mais se cruzam,
fugimos, o quanto podemos, um do outro
e aguardamos o momento que nossa rotina será quebrada,
o dia que finalmente cada um seguirá sua solitária estrada.
Alívio, enfim, para dois corações.
Angústia, aflição, não farão mais parte das nossas emoções,
o tempo cicatrizará nossas feridas e cuidará desta dor,
mas será responsável pelas seqüelas deste negro e sombrio amor:
continuaremos a nos ver nos mais sufocantes sonhos,
assombrando um ao outro em longas noites que perturbarão nosso sono.
E o mesmo tempo que nos uniu, irá nos separar...
Que ele seja tão enérgico quanto nosso desejo intenso de nos libertar...
...clamando aos céus para nunca mais voltarmos a nos encontrar,
ao invés da diária prece pela nossa contagiante alegria
e pelo sentimento bom que compartilharíamos por toda nossa vida.