Desabafar Poético VIII (Temer)

Desabafar Poético VIII (Temer)

Tenho medo de caminhar nesta escuridão...

Procurar com o rosto molhado consolo

E tentar através do tempo tocar tua mão

Aprendi como um burro de carga carregar

Os pesos de uma vida inteira...

Caminhando a espera da liberdade e descançar

Fazendo assim o fim de minha carreira

Mas eu temo tanto... Temo até o itemivel

Temo não conseguir tocar intangível,Teu amor...

E continuar a sentir frio nas noites chuvosas

E ver o pranto gentil surgir nas tardes calorosas

Em que me sinto tão solitária.

E já não sei se é mais um quê de demência

que se perde as beiras de minha decência

Meus tortuados e ibecis sentimentos...

Que já nem sei se faço questão de meus ferimentos...

Aprendendo a ser livre pela selvageria

E fazendo meu sangue ferver mais quente

Dizendo coisas que antes nem me atreveria

Uivando à lua pela solidão que tenho em mente...

E cada riso, e cada pranto,

E cada coisa perdida no canto

Mais escondido e fragil de meu coração;

E cada medo, e cada mancha,

e cada coisa que em mim se desmancha

Por causa de febril ilusão...

E eu temo tanto, temo até temer...

O que pode me acontecer

Se eu continuar a perseguir essa ilusão que vê.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 26/01/2008
Reeditado em 24/07/2008
Código do texto: T834020