Oferta

Sangram as mãos que as rosas recebem

das frias mãos que as ofertam,

Choram os olhos que as rosas contemplam

a hipocrisia míope e cega...

Aperta no peito o coração despedaçado

esmiuçado e triturado.

Há secura na boca sedenta

do amor rejeitado...

Escorre entre os dedos

o sangue das feridas,

causadas pelos espinhos

que das rosas são sobras...

Caem dos olhos as lágrimas

queimando a face que ainda chora.

O coração incrédulo ignora

a dor que dói e não vai embora...

A boca em deserto rejeita

a água que não mais aceita,

Despede-se a alma sem vida

do corpo banhado em lágrimas

perfumada de rosas...

Os lábios pintados do sangue carmesim,

combinam com as rosas vermelhas

Ofertadas a mim...

Campinas, 18/01/2008.