Sentimentos

Eu não sabia (mas eu sabia!) por que então acreditei novamente?
Exalar palavras ao vento, como semeador de ilusões...
Iluminar as cavernas de minha alma com seu sentimento,
Fui tão simples, eu abri a porta, eu abri para você a minha mente.

Quando as águas turvas passaram sobre a ponte de sua vida
Quando as nuvens escuras roubaram o sol de sua existência
Eu estava de mão dadas contigo,
alma amiga, alma irmã,
entidade querida
Eu abri brechas na minha carne para a moradas de suas feridas.

Quando as luzes se acoitaram atrás das aflições,
E os egos dos sonhos se mascararam de decepções
Eu, armado com o espírito risonho,
Estava em vigília na madrugada lhe sussurrando:
Melhor acordar dos pesadelos do que despertar dos sonhos!

Agora as nuvens cinzas se foram
E seu jardim está florido,
E ouço dos seus lábios:
Não!

Sim, um não.
A porta fechada e as suas costas indo embora.
O seu caminho agora está com a fragrância de um novo amor,
Para que sirvo?
Meus pés, sangrando de quando te carreguei nos ombros, já secaram
As nuvens pesadas passaram, e restaram apenas cicatrizes, sem dor.
Os seus brinquedos antigos perderam a novidade
E como as crianças, precisam do novo,
Uma diversidade vestida de dualidade.

Quando bater sua fome por novos sentimentos
Não venha rasgar a epiderme de minha alma
Nem matar sua sede com seus efêmeros desvanecimentos.

Sou para ti um deserto sem oásis em meio ao universo de nossa Humanidade.
As palavras são como pétalas de rosas, sempre aos ventos,
Oras Leves,
Oras Pesadas,
Pólens de pensamentos.
As palavras são como os espinhos dos cactos
Que zelam a água amarga que sacia a sede.
As palavras são a alma dos sentimentos
E os sentimentos hoje parecem brinquedos de adultos
Que entram e saem de nossas existências,
Ébrios de uma insanidade com texturas humanas,
Apenas texturas, sem essências,
Apenas brinquedos ébrios,
Belos e graciosos coringas com máscaras tiranas.



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Ronaldo Honorio
Enviado por Ronaldo Honorio em 31/01/2008
Reeditado em 21/11/2018
Código do texto: T841008
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