NORDESTINO
Eduardo Andrade (Duda)
EC, 06/03/2005
Direitos Autorais - sob nº 415.390
Protocolo nº 1220 – Recibo nº 528.8
Sua pele é tão áspera
quanto as terras do sertão.
E é pelo sol e poeira
que entre seu corpo e este chão
parecem não existir
qualquer fronteira.
Seus lábios são ressecados
e repletos de erosões,
como os rios que demarcam
o nosso tão castigado sertão.
Tem olhar tão disperso;
que mesmo alegre
tende ficar tristonho,
como triste ficam os pássaros
quando ecoam arrojados cantos
num intenso verão.
Muitos deles, coitados, em vão;
como um olhar, de um sertanejo,
que não represa suas lágrimas
quando fala da dura realidade
que lhe propicia o sertão.