NORDESTINO

Eduardo Andrade (Duda)

EC, 06/03/2005

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Protocolo nº 1220 – Recibo nº 528.8

Sua pele é tão áspera

quanto as terras do sertão.

E é pelo sol e poeira

que entre seu corpo e este chão

parecem não existir

qualquer fronteira.

Seus lábios são ressecados

e repletos de erosões,

como os rios que demarcam

o nosso tão castigado sertão.

Tem olhar tão disperso;

que mesmo alegre

tende ficar tristonho,

como triste ficam os pássaros

quando ecoam arrojados cantos

num intenso verão.

Muitos deles, coitados, em vão;

como um olhar, de um sertanejo,

que não represa suas lágrimas

quando fala da dura realidade

que lhe propicia o sertão.

CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA ANDRADE
Enviado por CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA ANDRADE em 15/02/2008
Reeditado em 05/06/2012
Código do texto: T860444
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