Senhorita
O que vejo no interior desses teus olhos,
Senhorita, nem sequer tu adivinhas,
Nem te adianta usares de refolhos,
Disfarçados num sorriso de covinhas.
Nos teus olhos vejo o brilho das estrelas,
Cintilantes a enfeitar a noite em festa,
Enciumando-se a lua que ao vê-las,
Perde o brilho e tua beleza não contesta.
Nos teus olhos vejo a paz da noite calma,
Adormecida em berço terno e seguro,
Vejo a aura que circunda bela alma,
A semente a germinar o amor mais puro.
Nos teus olhos o pulsar feliz da vida,
Uma vida casta preservada nos pudores,
Deixando-me a alma infeliz e entristecida,
Por incapaz de despertar em ti amores.