Senhorita

O que vejo no interior desses teus olhos,

Senhorita, nem sequer tu adivinhas,

Nem te adianta usares de refolhos,

Disfarçados num sorriso de covinhas.

Nos teus olhos vejo o brilho das estrelas,

Cintilantes a enfeitar a noite em festa,

Enciumando-se a lua que ao vê-las,

Perde o brilho e tua beleza não contesta.

Nos teus olhos vejo a paz da noite calma,

Adormecida em berço terno e seguro,

Vejo a aura que circunda bela alma,

A semente a germinar o amor mais puro.

Nos teus olhos o pulsar feliz da vida,

Uma vida casta preservada nos pudores,

Deixando-me a alma infeliz e entristecida,

Por incapaz de despertar em ti amores.

José Antonio Siqueira
Enviado por José Antonio Siqueira em 19/12/2005
Código do texto: T88318