Elegia de uma alma errante

“Todo o organismo florestal profundo

É dor viva, trancada num disfarce

Vivem só, nele, os elementos broncos,

Das ambições que se fizeram troncos,

Porque nunca puderam realizar-se”

Augusto dos Anjos

Quem sou eu?

Uma alma obscura que vaga sem rumo pelas alamedas da escuridão...

Um ser infeliz, errando em meio a trevas em busca de algo que lhe devolva a paz...

Uma ínfima sombra agora...

Um anjo triste que chora, a procura de alguém que o possa consolar...

Um reflexo do que poderia ter sido e não foi...

Uma alma condenada a oferecer sua ausência aos que tanto ama...

Eu, meus amigos

Sou a desgraça

A solidão

A tristeza...

E – embora você possa se recusar a crer

Eu vivo em seu interior...

Ana Pismel
Enviado por Ana Pismel em 23/03/2008
Código do texto: T912798