Suspiro no fim do poço
Há um enorme desejo de liberdade
Mas é difícil escapar de correntes invisíveis
Me incomoda o excesso de maquiagem
E não quero nada subentendido
Como é difícil respirar em meio ao caos.
Estes gaviões me espreitando já não metem medo
Mas a impotência é real
Os dias me comprimem, apertam meu coração
O funil para o crescimento é tão estreito
Meias-palavras já não bastam
Quero pausa, mas a tempestade é forte.
Escravo surdo e mudo,
Um eunuco é o que querem de mim
Eu sei que a luz vai me salvar
Só que a noite apenas começou
Eu não quero voltar para as trevas
Assim dou tiros ao alto
Na vã esperança de alguém me escutar.
A vida é tão bela...
Pena que eu esteja no pólo errado
A minha sorte é que o mundo dá voltas
Por isso sei que estou saindo daqui
E suspiro no fim do poço.