Chuva das palpebras

Sentandos, num banco molhado

Molhado pela doce chuva que banhou nosso sono

E ficamos centados, sem sentidos, ainda centados

Em bancos molhados

Discutindo assuntos banais

Palavras carinhosas

Cobrando toques um do outro

Nos bancos molhados

Finalidade dos meus sonhos

De tempos em tempos

Meus céus não ficam nublados

E o que resta são bancos molhados

com alguém ao meu lado

Se ali ficassemos centados

Seria bom você passear comigo em um céu aberto

A um céu nublado

Mas você avista nuvens

Se levanta e se vai

Eu fico singular nos humidos bancos molhados

Você se esconde no teto da realidade

E meu tempo se fecha, ao passo que desaba a chuva de lágrimas