Minha poesia morreu I

Chamem o padre

Por hoje decreto a morte da minha poesia

Enterrei todos meus versos e estrofes

Com terra de rimas e metáforas

A sete palmos do meu silêncio

Este poema é negro

Como café...

Choro por ela

Como quem chora pra dentro

Minhas lágrimas são tempestades

Dentro de mim

Sou todo luto

Este poema é o resto

Mortais da minha falecida poesia...

Rezo por ela

Como quem grita pra fora

Minhas preces são raios e trovões

Fora de mim

Eu sou puro cansaço

Jaz minha poesia...

“-Descanse em paz.”

Porque sou puro tormento...

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 14/04/2008
Reeditado em 18/04/2008
Código do texto: T945537