Não tenho nada... Nem sou de ninguém...
Não tenho nada,
Nem sou de ninguém,
Não tenho nada,
Não sou nada.
Nada... Resto.
Queria morrer...
Aqui não tem nada,
Meu espírito está partindo,
De encontro ao nada,
Ao negro,
Ao espaço de um segundo,
Numa viagem alucinante,
Sem volta...
Aqui não passa nada,
Nem vida,
Nem sonho...
Só tem dor nesta estrada,
Neste fim de mim mesma.
Não me pergunte por que respiro,
Nem ela sinto mais...
Apenas sinto um gelo em minha alma,
Que toma conta,
E leva-me embora.
Quero escapar do túnel,
Da minha dor alucinante,
Mas não vejo luz,
Só trevas sem fim.
Olhe pra mim,
Nada sou..
Nem sou da noite,
Nem do dia...
Tenho medo da luz,
Que tenta me tirar desse delírio.
Ela me ofusca...
Então corro, corro,
Volto pra dentro do túnel,
Onde só existe noite,
Sem estrela, sem luar.
Assim,
Trancada aqui,
Não sinto dor,
Só angústia... Solidão.
Esta sou eu,
Nada... Sombra.
Estou indo,
Partindo... Só.