A fome que mata
A fome que mata,
Na terra que habita,
A criança pacata,
Na imagem que grita,
É a vergonha que dói,
Na alma contrita,
De quem se corrói,
Por tanta desdita.
Criança inocente,
Que na vida batalha,
Pelo pão que alimente,
Nem colhe a migalha.
É a imagem pungente,
Entre a vida e a mortalha,
O caminhar tristemente,
Sobre o fio da navalha.
Onde está a consciência,
Da humanidade maldita?
O clamor da inocência,
Não a deixa aflita?
Não haverá paz na terra,
Que a nós todos consome,
Enquanto o rastro da guerra,
Ceife a criança de fome...