Paredes, rascunhos e silêncio
Fico sem coragem…Estática!
Fico parada, fria, um pouco trémula,
Reflicto o momento certo na hora errada,
Os medos do coração à alma
Da alma ao corpo.
Fico sem coragem
Surto que me desvanece
Doença que percorre os dedos
Me esgana o grito
A vida…
Nem o girar do planeta
A voz de um mundo melhor
As crenças e preces mudam o meu olhar.
Nem a mudança de ares, de ano, de silêncios desesperados
Me deram voz ao coração.
Estou ainda muda,
Corroída sobre veios enormes de solidão
Entre paredes escritas com os meus rascunhos
Momentos de loucura
Insanidade quase perfeita
Simbiose.
Entre eu e a tua sombra
Resta isto
Medo de quando tu não estás
Medo da mudança que o vento lá fora não me trás
Doenças que atravessam janelas
Suspiros e espirros de seres que habitam em mim.
Fico por isso sem coragem
Coragem de roubar os meus escritos das paredes
Atirá-las a papeis e vê-la em si vazia
Sem a tua sombra
Sem almas
Tão fria quanto eu
Quando assim me sinto só.