Dizer adeus
Dizer adeus
O que se pode dizer ou fazer diante do sofrimento da carne
Como dar amparo a quem vê a porta da transformação
À despedida das mãos que apertam as suas o que responder senão com um olhar de espanto e de desalento
De que modo segurar o tempo se ele corre se fazendo de par à doença
A gente quer dar calor e no corpo ecoa o frio
Os olhos perdem o brilho que encantava as pessoas
Os lábios já não derramam a poesia da vida
Não há mais passos nem caminhos além do que leva até a soleira por onde não se quer passar
No peito um pedido de socorro ao mundo que se vai sem querer ir-se embora
O coração bate num esforço inútil de reter o que chega
E vem o cansaço
silêncio
escuro
o fim :
- adeus !
o chão .
dalila balekjian
( homenagem à minha mãe )
+ 18-04-08