Transmutação

Amo... e sinto

que assim, libero o melhor de mim,

a minha parte delicada,

sensível, doce

e carinhosa.

Exponho-me, sem falsos pudores,

mostro-me por inteiro, todo o

meu íntimo Ser e o corpo físico

que agasalha a minha

alma de passarinho, de poeta.

Sorrio, e com o meu sorriso

espanto o involutivo e absorvo

o éter da Natureza...

Fecho os olhos e sinto

toda a magnitude da vida

Abro os braços

para o vento e sinto-me alçando

os mais loucos vôos,

até um extraordinário looping

sentindo a alegria de viver

Sinto-me livre

para ser e ousar

para viver e amar

sempre e cada vez mais...

Ouço música suave, musa que

inspira e aguça todos os sentidos e o meu

peito se enche de felicidade

infinita, louca,

incompreensível aos comuns...

Leio poemas e a beleza dos versos

me comovem

a ponto de sentir dor, aquela... que se sente

quando o espírito desenrosca-se

da matéria para poder partir...

E assim, parto, em terra, em vida, sem sair do lugar,

com meu espírito volátil

para longínquas terras,

para o espaço sideral...

flutuo entre as galáxias,

saltito de uma pequena estrela

para outra, numa indizível odisséia...

e quando retorno, sinto-me em paz!

Maria Cilia
Enviado por Maria Cilia em 12/04/2005
Reeditado em 27/06/2005
Código do texto: T10921