A VIDA CONTINUA

Lembrar pode levar-nos de facto ao

engano, porque, quem lembra, só

lembra as coisas boas, esquecendo

que a vida, nos presenteou com

outros caminhos, menos coloridos,

mas que nem por isso deveríamos

esquece-los, com o intuito de tudo

olvidarmos, até o que é bom, de

lembrar, deixando-nos num estado

de ansiedade, que apenas gera a

confusão, e, chama a nós a distância

e a clausura do próprio discernimento.

Devemos saber viver de igual modo,

com estes dois impostores, que nos

querem manietados e presos inúteis,

de nosso bem-querer, ao qual nem

sempre temos a melhor resposta, ora

devido a nossa fé religiosa ora o que

fez de nós, o que hoje somos: pessoas

de bom carácter, que gostamos de

preservar, nossos ente queridos, e, aí,

dentro do possível, trazê-los até nós.

Só que recordar é fazer do passado,

mais do que o presente tem de útil.

Assim vivemos entre recordações, que

alimentamos a toda a hora, para nos

sentirmos vivos e próximos de quem

amamos. Saibamos no entanto, que a

partida, faz parte da vida, como algo de

natural e de responsável, aos que ficam,

preservando o legado, de quem se foi,

pois essa sim, é a verdadeira lembrança,

que devemos ter presente todos os dias,

sabermos ser orgulho no presente e no

futuro, que o passado a todos esqueceu:

não temais, estareis sempre co os vossos.

Jorge Humberto

23/09/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 24/09/2008
Código do texto: T1194515
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