COMO VAI O TRABALHO?
A saúde e o trabalho estão
Em uma forte ligação
A vida o trabalho deveria gerar
Mas é o seu contrário que esta a provocar.
Muitas são as frases demagógicas
Com funções ideológicas
“O trabalho dignifica o homem”,
Ou o torna um “LOBISOMEN”?
Os índices de LER são alarmantes
No governo americano, distantes?
Mas o que mais a LER preocupa
É que do trabalho ela se ocupa.
A dificuldade no diagnóstico
Esteve aos “LER-DOSOS” levar,
São chamados de preguiços,
Quem não gosta de trabalhar.
Mas a LER não é doença única
Gerada nesta sociedade “púnica”,
Buscam a LER descaracterizar,
Mas ela insiste em ficar.
O trabalho virou sinônimo
De dor, doença, “demônio”,
Ele precisa ser valorizado
Para o homem ser resgatado.
O trabalhador só deve existir
Se lucros dele advir.
Se lucro ele para de dar
Outro vem no seu lugar.
Na nossa região, vivemos a contradição,
O trabalhador tem que sobreviver.
Mas se nega ter que se submeter
Num trabalho que o aniquila, mutilação.
Se o trabalho produz o homem
Que tipo de sociedade advém,
Da forma que estamos a nos organizar,
Não é a dignidade que se esta a gerar.
Mas o problema vai além
Da tecnologia no trabalho,
Esta na forma do se organizar
De uma sociedade que só quer lucrar.
O homem vale menos que os bens materiais;
A lei maior é produzir mais seres desiguais.
A tecnologia que amplia potencialidades,
Deveria estar a serviço das sociedades.
Logo, é o capitalismo,
Que deve ser superado,
Para além de todo “ismo”
O homem enfim centrado.
Qual o limite desta sociedade?
Será com qual calamidade?
Quando o povo irá sentir
A hora deste sistema cair?
O que falta para percebermos,
Nas contradições nos detivemos.
Hoje trabalhadores estão oprimidos
Pelo capital escarnecidos.
Houve um tempo em que se lutava,
Atualmente não se houve mais nada,
O trabalhador sofre e vai rezar
Tem medo de fazer greve, de parar.
Com FUKUYAMA chegamos ao fim,
Da história, que há de vir, assim,
Não existe outro mundo possível
Este é o mundo único, invencível.
Nós não nos reconhecemos mais,
No regime militar tempos atrás,
Tínhamos um inimigo em comum
Hoje, dispersos, “cada um é um”.
Devemos num ponto as forças colocar,
Assim, vamos revolucionar,
Pois, se as forças canalizar,
O poder do trabalhador vai aumentar.
Cadê a identidade do trabalhador?
Virou empreendedor, colaborador,
Sócio, integrante, “motor”,
Dum sistema escravizador.
Não se fala em luta de classes,
Entregues estamos a múltiplas faces,
De um capital que se metamorfoseia,
E assim vai tecendo suas teias.
A ideologia a manipular
As pessoas a ficar
Cada um no seu lugar
O capital a regular.
O trabalhador esta desunido
Perdendo o “norte” da união,
Encontra-se ele seduzido
Sente na pele a precarização.
Os trabalhadores estão a sofrer,
Desunidos enquanto classe,
Cooptados pelo poder,
Vivem como se nada incomodasse.
O patrão para o seu lado cooptou
A união dos trabalhadores desestabilizou,
Hoje o trabalhador esta sozinho
Sente-se um “estranho no ninho”.
A máquina foi produzida
Para libertar o homem do trabalho,
Mas a grande saída
É romper com o “capital-galho”.
E para o tronco humano voltar,
Árvore viva, para humanizar,
Abandonando este galho seco
Que agora “esta num beco”.