A PROCURA
Sinto a dor que vem de suas palavras
Arrasta-te em pensamentos em vão
Queres saber quem tu és?
Quem é o responsável por tuas obras
Que não se preocupa com suas emoções
E só te cobras?
E jamais cai de joelhos aos teus pés?
Porque se preocupa tanto
Com coisas sem encanto?
Porque a primavera
Não trás pra ti, o seu canto?
Envolve-se em meios desandados
Pudera
Perdestes tua alma no caminho
Assim como tantos outros, cansados
Descompensados
Sem amor e sem carinho
Caminhos desordenados.
Procuras alguém pra lhe dizer quem és?
Não é preciso
Basta olhar-se no espelho,
Em pranto
E ver-se como espantalho
Uma mera ilusão
Procurar dentro de ti, em vão
Um então ou um, portanto!
Pois não há mais ilusão
Nem porquês e nem razão
Pois não existe mais emoção
Nem sequer lhe sobrou uma oração
De todo velho e bom cristão
Ninguém vai lhe responder
A essas e outras tantas questões
Pois no fundo nem queres mesmo saber
Pois só desejas as interrogações
Para se agarrar e conseguir somente, sobreviver!