Suprema Comunhão

Vejo almas eu, na Claridade insana,

esses Humildes, camponeses esses

que ouviram anjos nas douradas Messes

deliciando a Ansiedade humana...

Ah, vejo bem, quando do Sonho mana

o choro em versos do clamor das Preces,

transfiguradas, no Brancor de Asceses,

almas banhadas onde o Ser imana...

Tantas, entre soluços, risos... véus,

vão constelando, já Infantes, céus,

pra receber a Comunhão sagrada!...

Tantas seriam vistas como loucas

não fosse o Amor das harmonias roucas,

não fosse o coro a Dor aureolada!...

Aleister Dostoiévski
Enviado por Aleister Dostoiévski em 01/04/2006
Código do texto: T131916