Se a poesia não morasse em mim?

As vezes em minha solidão poética
Fico matutando em pensamentos...
Como seria o passar do meu tempo
Sem a magia dos versos?
Como seria minha vida
Se a poesia não morasse em mim?
E digo, que não sei de fato como seria?
Aí, me pergunto:
As cores seriam cinzentas?
O arco-íris seria pra mim preto e branco?
Em cada estrela...
Viria eu, apenas um foco de luz?
O mar não me levaria pro seu mundo?
O amor romântico morreria?
As fadas e bruxas perderiam a magia?
A flor e o beija- flor não me encantariam?

Como seria minha vida
Se a poesia não morasse em mim?
Eu não conversaria com a natureza?
Deixaria de entender a linguagem dos animais?
Não perceberia a beleza singular de cada flor?
O vento não me traria mensagens?
A dor do outro... não sentiria em minha pele?
Não voaria... feito os pássaros e os anjos?
As lágrimas e as dores seriam só biológicas?
E o meu espírito seria finito?
Terminaria eu... em um simples adubo?
...?
Que sentido teria a minha vida... ?
Se a poesia não morasse em mim?
E nunca consigo encontrar resposta alguma
Porque não me lembro...
Se já vivi algum dia de minha vida
Sem a presença e a força pulsante
De uma sempre eterna magia poética
Mesmo assim, me arrisco a dizer
Sem nenhuma certeza ter...
Que se a poesia não morasse em mim
Eu estaria ainda em órbita celestial
Porque creio que ela nasceu comigo...
***
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Poetisa da Caatinga
Natal, 09.01.09


 
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Enviado por Maria de Fátima Alves de Carvalho em 10/01/2009
Reeditado em 22/09/2020
Código do texto: T1376833
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