Dos Abutres à Oração

Ouço por aí tantas loucuras

Estereótipos e suas travessuras

Travestidos de elétricos arquétipos

Do tipo que te proíbe extrapolar

Sair da mesmice e escandalizar

Onde palmilha a turma dos moralistas

Quase todos grandes fascistas

“Não se pode... Não se deve... Faz mal”

É o que escuto das regras do receituário

Mas é tanta baboseira em rótulos e etiquetas

Que entro logo em pinel e enxaqueca

Contra esses que se nutrem como abutres

A castrar do teu ‘cadáver’ o que resta de saúde

Do bonito que gravita na tua alma de artista

Da tua natural e emocionante simplicidade

Que nasceu pura e não se contamina

Na maldade da podridão e da falsidade

Onde o consumo fornica sua perversidade

E receitou feio na economia da cidade

Acho que é por isso esse vício maldito

Que espanta, alimenta e embriaga

Fecunda e abunda as insanidades

Retirando a beleza da plasticidade

Doando a todos a certeza

De que é possível cultuar a natureza

E a seus pés rezar com delicadeza

Fazendo do ato singelo e tão belo

O mais lindo relicário em ofertório

Possuído das ternuras e doçuras

Dedicado e fervoroso com bravura

Ajoelhado aos pés da Santa Cruz

Numa emotiva oração ao Menino Jesus

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 11/01/2009
Reeditado em 11/01/2009
Código do texto: T1379045