Minha Doutrina

Minha doutrina não é de todos!

Minha doutrina é singular!

É consciente de seus fatos e atos,

intermediária entre o próprio doce do amor,

que não é melado, nem pouco sem sabor.

É imaginária e inefavelmente harmoniosa.

Associável a todos que a buscam.

Não se importa com a luxúria,

muito menos com a pobreza,

pois tais engloba na vida material.

Amar sem se importar com o amado:

feio, alto, bonito, magro, o amado é sempre igual.

Envergonho–me em generalizá–la,

pois mentes são como impressões digitais,

uma sempre diferente da outra.

Cada um tem sua própria opinião,

mesmo que seja manipulado a outra,

no seu âmago há uma suscitada.

A opinião pedagógica pode construir como destruir.

As faculdades religiosas são assim...

O importante é o resultado beneficiador,

para a arrecadação das mentes duvidosas,

que vagam entre pontos de interrogação,

e, dependendo da religião iluminada,

desvanecem, abraçando a ignorância com a fé,

desanuviando as interrogações dos seus céus.

Minha doutrina não é de todos!

Mas deveria ser plural!

Envergonho–me de assumi–la,

pois a generalizada é a conhecida.

Numa desenfreada vida corrida,

é tão difícil sentir a própria,

que viver é tão simples como respirar.

Querem viver, mas não ligam para a vida.

Somente querem construir a vida material,

e porque muitos não têm o hábito de admirar coisas simples.

Digo vida, união da matéria com o espírito,

que proporciona o toque e o sentido,

a admiração da pura e bela criação.

A vida é efêmera, deve ser vivida.

Tem que haver amor, paixão, calor,

mas não há verdade, sinceridade.

Então, como pode ser o que digo,

puramente, sensivelmente, realidade?

Sim, provo eu, recordando o início.

Minha doutrina não é de todos!

Minha doutrina é para loucos!

Mas sabendo que em cada religião existente

há uma pessoa para dizer o mesmo que eu,

que somente com a verdade,

que somente com o caráter, a veracidade da palavra,

com o sentimento que arde dentro do corpo,

de querer fazer e ver o bem,

de ser livre para viver,

inexplicável sentimento bondoso,

que só lá de dentro é que vem.

Que somente com o amor,

amor puro, sem destino,

é que poderemos viver em júbilo e paz.

Minha doutrina não é de todos!

Foi feita para mais do que isto!

Mas somando com os que pensam e a seguem sem saber,

não somos tão poucos assim...

Minha doutrina não é de todos!

Minha doutrina é para tolos!