Fantasias Reais

Fantasias Reais,

Como uma pluma... Fui vagando,

As fantasias da minha memória,

Subindo, tão longínquo infinito,

Fui deixando um marco de glória.

Chegando ao extremo das alturas,

Com todo o garbo de um herói,

Não pude conter-me à vertigem,

De um sentimento que dói.

Fraco e leve como uma pluma,

Ventanias trouxeram-me a rolar,

Mundo abaixo, num só instante,

Eu só vi, um estranho a pasmar.

Como um nível, distei ao passar,

Terra firme! Com tanta certeza,

Tentei agarrar-me às ramagens,

Em vão! Só restou-me profundeza.

Cabisbaixo, enxerguei um abismo,

O meu ego sentiu-se traído,

Concluindo por fim esta escala,

Sentia-me um espectro ferido.

Desejando ser humano, pelo menos,

Com enorme cansaço... Ali deitei,

Adormecido, consegui ver a Deus,

E... Nos braços de Deus acordei.

Jorge Gonçalves Junior - 12/01/1980