“Caridade”
(Luiz Henrique)


Não meça mais sua vida
Pelo tempo utilitário ou produtivo
Faça contagem revertida
Viva menos verbo, mais adjetivo
Dê relevância ao espectro afetivo

Se bem conhece a assertiva
Quanto a diferença entre o ser e o ter
Por que uma bondade contida?
Recebe quem dá, não quem busca receber
Viver e não se dar, em verdade é não viver

Se a vida é cíclica, uma constante
Como um círculo, uma corrente, um elo
Por que desamparar um semelhante?
Inevitável na “Lei do Retorno” o flagelo
Sede pois de coração bondoso e singelo

Todos os dias surge uma chance
De se fazer o bem a quem quer que seja
Basta olhar à sua volta de relance
É perceptível, impossível que não veja
Todos temos sempre algo que nos sobeja

Não necessariamente a ajuda
Deve se circunscrever ao plano material
Como dizia o iluminado Buda
A cobiça e o apego são as causas do mal
Procure fazer da caridade prática habitual

A caridade é uma benção para ambos
E em geral nem depende de posses não
Uma palavra amiga e ouvidos bambos
É o bastante para confortar alguém em aflição
E praticar o mais importante ensinamento Cristão





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