Depois da morte
Da luta não te escondas
Siga firme e vá em frente,
Mesmo quando de repente
Contra ti as furiosas ondas.
Aquelas que trazem os dedos
Das sombras que são tantas,
Disfarçadas em suas mantas
Tecidas de muitos medos.
Que as unhas sujas do terror
Cravadas na pele do mundo,
Não leve tua alma ao fundo
Do poço deste teu temor.
Lute feito um soldado valente
Não aceite ser um perdedor,
Seja aquele que mesmo na dor
É um valoroso combatente.
Na tema a angústia do tropeço
Que darás nesta caminhada,
Levante-se e siga na estrada
Ainda que o cansaço seja intenso.
A carne os vermes consomem
Dentro dos caixões apodrecidos,
Mas jamais serão esquecidos
O que de bem fez o homem.
Toda a matéria desvanece
É névoa dissipada pelo vento,
Vai-se o corpo e o lamento
Mas o espírito permanece.